Contra a depravação do espírito
pelo cônego Xavier Pedrosa, Olinda, Pernambuco
Revista Eclesiástica Brasileira, vol. 1, março-junho 1941.
Os exmos. senhores arcebispos e bispos da província eclesiástica de São Paulo, na Carta Pastoral Coletiva que escreveram ultimamente aos fiéis, condenaram corajosamente a literatura pornográfica ou morbidamente sentimental, bem como as canções populares depravadas a que dão publicidade as nossas casas editoras e as estações rádio-emissoras brasileiras, dizendo:
“A literatura
pornográfica ou morbidamente sentimental vai-se difundindo sem que lhe oponham
embargos. Livros positivamente maus, corruptores do caráter e da consciência
são vendidos nas estradas de ferro, expostos nas vitrinas e, o que é muitíssimo
peior, enviados pelas casas editoras,
com singular estratagema, Às famílias do interior, sem que estas se comprometam
a comprá-los, tocando-lhes apenas o trabalho de os devolver, caso não aceitem a
abjeta mercadoria. Quem conhece a natural ingenuidade do nosso povo, facilmente
percebe o cínico abuso que se faz da simplicidade e timidez da nossa gente,
para contaminar cidades, vilas e povoados com esse veneno da peior espécie”
Condenamos, como bispos e como brasileiros, as organizações e editoras
que sem pejo se consagram à fúnebre empreitada de corromper o coração da mocidade masculina e feminina,
desfibrando o caráter da nossa gente e arruinando o futuro do Brasil com esse
comércio imoral e anti-patriótico”.
“Tem os povos, nas
suas canções populares, a melhor expressão de sua alma, porquanto nelas guardam
fatos da sua história, cenas da sua natureza, inspiração dos seus vates,
melodias dos seus artistas, em estrofes pelas quais algo perpassa que sobrevive
os próprios autores. Por isto mesmo representam cancioneiros uma relíquia
nacional.
Ultimamente, contudo,
abastardou-se entre nós, de tal forma o espírito, a letra e a melodia dessas
canções, principalmente as que se cantam aos folguedos carnavalescos, que
deveríamos corar de pejo, se elas de fato exprimissem o que nos vai na alma.
Custa mesmo crer que obtenham elas o assentimento oficial para serem divulgadas,
tanto é intonso o vernáculo, tão grosseiro o tema, tão baixo o ideal de
existência que apresentam, tão vulgares os sentimentos e tão obscenos o termos,
que miseravelmente corrompem a mentalidade de nosso povo. Que poderia o pais
esperar de seus filhos que cantam a indolência, a sensualidade, a
despreocupação das coisas sérias e elevadas? Estaria antecipadamente votado à
derrota”.
Não podiam ser mais positivos na exposição dos grandes perigos que ameaçam o futuro da nossa fé no Brasil, nem condená-los com maior energia e coragem apostólicas os representantes do nosso venerando episcopado.
Literatura pornográfico
(...) O espírito pagão que as doutrinas atrevidas do século passado espalharam em todos os países da Europa e da América, se serviu do livro como o mais perigoso veículo de depravação, de corrupção dos costumes.
(...) Hoje se escreve o romance e a novela no Brasil com o propósito de depravar a alma dos leitores. O escritor que não escreveu seus romances páginas atrevidas, licenciosas, picantes, que não pintou ao vivo as cenas brutais da vida humana, que não escarpelou as chagas das hediondas da sociedade viciada em que vivemos, é um escritor destinado ao desprezo da crítica literária, ao esquecimento dos leitores, um escrito fora do seu tempo, sem expressão, sem a compreensão do sentido da brasilidade que a literatura do tempo possa possuir.
(...)
Os livros irreligiosos empregam a blasfêmia, o sofisma, a mentira, a zombaria, fingem ciência e empregam estilo especioso para conseguirem o seu fim. Fora destes há o livro frívolo, sinuoso, que não ataca diretamente, mas traz debaixo de seu tom aparentemente inofensivo um cepticismo perigoso que os leva à crítica fina aos nossos dogmas, à autoridade doutrina da Igreja, aos preceitos da religião e ao magistério divino que guia e orienta a nossa fé.
(...)
Canções populares transmitidas pelo rádio
Mas, infelizmente, não é só o mau livro e o mau jornal que corrompem e depravam o espírito brasileiro. São também as canções, os cantos populares, que, transmitidos abusiva e intempestivamente pelas nossas rádio-transmissoras, longe de educar o povo, corrompem a alma nacional, desfibram e arruínam o caráter de nossa gente, embrutecendo o espírito nacional e materializando o verdadeiro e nobre sentido da vida. (...)
(...) O espírito pagão que as doutrinas atrevidas do século passado espalharam em todos os países da Europa e da América, se serviu do livro como o mais perigoso veículo de depravação, de corrupção dos costumes.
(...) Hoje se escreve o romance e a novela no Brasil com o propósito de depravar a alma dos leitores. O escritor que não escreveu seus romances páginas atrevidas, licenciosas, picantes, que não pintou ao vivo as cenas brutais da vida humana, que não escarpelou as chagas das hediondas da sociedade viciada em que vivemos, é um escritor destinado ao desprezo da crítica literária, ao esquecimento dos leitores, um escrito fora do seu tempo, sem expressão, sem a compreensão do sentido da brasilidade que a literatura do tempo possa possuir.
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Os livros irreligiosos empregam a blasfêmia, o sofisma, a mentira, a zombaria, fingem ciência e empregam estilo especioso para conseguirem o seu fim. Fora destes há o livro frívolo, sinuoso, que não ataca diretamente, mas traz debaixo de seu tom aparentemente inofensivo um cepticismo perigoso que os leva à crítica fina aos nossos dogmas, à autoridade doutrina da Igreja, aos preceitos da religião e ao magistério divino que guia e orienta a nossa fé.
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Canções populares transmitidas pelo rádio
Mas, infelizmente, não é só o mau livro e o mau jornal que corrompem e depravam o espírito brasileiro. São também as canções, os cantos populares, que, transmitidos abusiva e intempestivamente pelas nossas rádio-transmissoras, longe de educar o povo, corrompem a alma nacional, desfibram e arruínam o caráter de nossa gente, embrutecendo o espírito nacional e materializando o verdadeiro e nobre sentido da vida. (...)
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