sexta-feira, 11 de maio de 2012

A Sagrada Liturgia e a secularização


por Jonatan Rocha do Nascimento



Primeiramente, para iniciarmos este pequeno texto, cumpre-nos justificar a motivação que nos impele a escrita. Antes de tudo, está o amor de Cristo, sobre o qual nada deve se sobrepor e, consequentemente, a crescente secularização da sociedade mundial, em especial, a sociedade brasileira. 

De maneira velada, ou nem tanto, se quer retirar qualquer vestígio de Cristianismo da sociedade humana ou, sejamos mais diretos, de qualquer símbolo que expresse a fé católica, milenarmente transmitida aos quatro cantos do mundo, sendo alicerce de gerações, sistemas, filosofias, ciências, etc[1]

Este mesmo mundo civilizado e desenvolvido pelos ensinamentos provenientes da cultura católica, desejam, a todo custo, extirpá-la de seu meio e, pior ainda, querem apagar a imagem de Deus, banalizando-a, diminuindo seu valor, reduzindo a fé a mero culto privado que, de modo algum pode extrapolar os limites que foram impostos. 

O Santo Padre Leão XIII, na iminência de um novo milênio, dizia que um dos maiores infortúnios é o desconhecimento de Nosso Senhor Jesus, contudo, pior ainda, “tê-Lo conhecido, e depois de negar ou esquecê-Lo, é um crime tão sujo e tão insano que parece impossível para qualquer homem ser culpado dela”[2]

E se com um beijo Cristo foi traído, hoje Ele é traído com gestos muito menos delicados, insultos e injúrias, contra Sua própria figura e contra as verdades reveladas na Sagrada Escritura, ambos resguardados pela Santa Igreja Católica. 

Neste contexto, somos provocados à reações, reações cristãs, para que não se ponha o luzeiro debaixo de uma vasilha. Se somos, portanto, luzes neste mundo, devemos ser com tal, iluminando a escuridão da incredulidade e da falta de fé que, lamentavelmente, quer se infiltrar no seio da Igreja. Para visualizarmos claramente este panorama, basta que se pergunte aos mais antigos, o número de confrarias em honra a Nossa Senhora, quantos terços eram recitados nas casas e nas Igrejas, quão devotas eram as senhoras que rezavam as novenas dos santos, quantas romarias e procissões eram feitas, sempre resplandecendo a cultura da sociedade católica. 

Hoje, mal se saber rezar as principais orações dos cristãos, não se conhece os Sagrados Mistérios da Encarnação e Morte de Nosso Senhor, desdenha-se da Imaculada Conceição da Maria Santíssima, bem como de sua Assunção ao Céu. Já não se recomenda sua proteção poderosíssima, nem de seu Castíssimo Esposo São José. E o que falar da Santa Missa, este Divino Mistério de nossa redenção? 

Ora, se queremos que todos sejam conduzidos à glória de Deus, devemos, em primeiro lugar, glorificá-lo com nossas vidas, com atitudes e, sobretudo, com amor inabalável aos divinos mistérios administrados pela Igreja, por meio dos sacerdotes. Demonstrando amor verdadeiro às riquezas espirituais da Igreja, inspiraremos, pela graça de Deus, o amor – senão ao menos simpatia- daqueles que hoje nos beijam a face. 

Assim, começaremos tecer breves comentários acerca do tesouro espiritual da Igreja, sobretudo o Santo Sacrifício da Missa, com a finalidade de despertar zelo, reverência e amor à Nosso Senhor Jesus Cristo, para Sua maior glória, e para santificação das almas, especialmente, a nossa. 

A Santa Mãe de Deus, por seu poderoso amparo, faça despertar o amor ao Cristo Crucificado e, mortos com Ele, vivemos o amor perfeito Nele. 

[1]             Com efeito, onde quer que a Igreja tenha penetrado, imediatamente tem mudado a face das coisas e impregnado os costumes públicos não somente de virtudes até então desconhecidas, mas ainda de uma civilização toda nova. Todos os povos que a têm acolhido se distinguiram pela doçura, pela equidade e pela glória dos empreendimentos. (Leão XIII, Enc. Immortale Dei)
[2]             Tametsi Futura  Prospicientibus, nº 3.

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