segunda-feira, 4 de março de 2013

Mulieris Dignitatem



Na Carta Apostólica Mulieris Dignitatem João Paulo II faz uma análise antropológica à luz da Revelação Divina para evidenciar verdades fundamentais sobre a igual dignidade do homem e da mulher criados à imagem de Deus, a unidade dos dois e o chamamento à comunhão, a importância da complementaridade e reciprocidade entre homem e mulher, a figura de Maria como modelo da mulher e realização do ser humano chamado à santidade.
A Igreja “rende graças por todas e cada uma das mulheres: pelas mães, pelas irmãs, pelas esposas; pelas mulheres consagradas a Deus na virgindade; pelas mulheres que se dedicam a tantos e tantos seres humanos, que esperam o amor gratuito de outra pessoa; pelas mulheres que cuidam do ser humano na família, que é o sinal fundamental da sociedade humana; pelas mulheres que trabalham profissionalmente, mulheres que, às vezes, carregam uma grande responsabilidade social; pelas mulheres «perfeitas» e pelas mulheres «fracas»”. [1]
A mulher é a rainha do Lar doméstico onde ela exerce um império tanto mais absoluto quanto menor é ele apreciado; a família é tanto sua obra como imagem sua. Outro tanto por analogia deve-se dizer: a mulher no mundo social e moral, constitui em todas as épocas o termômetro de prosperidade ou de decadência moral da sociedade, visto como mulher cristã que sabe responder a sua tão elevada dignidade social e doméstica a que fora elevado pelo cristianismo, a quem ela deve tudo quanto possui de sublime, de respeitável na ordem moral, é realmente uma verdadeira potência do mundo moral. [2] 
A contribuição da mulher na vida profissional e social pode encontrar “um acréscimo de expansão dos seus dons, sobretudo em certas épocas da sua vidaO problema fica em aberto, e oferece, em cada país, ocasião para muitos debates sobre as modalidades práticas quando se trata do trabalho da mulher fora do próprio lar. Muitos aspectos entram aqui em jogo. (…) É preciso vigiar para que a mulher não seja, por razões econômicas, constrangida obrigatoriamente a um trabalho demasiado pesado e a um horário muito sobrecarregado que se juntem a todas as suas responsabilidades de dona de casa e de educadora dos seus filhos. A sociedade, como dissemos no final do Sínodo, devia fazer o esforço de se organizar de outro modo.” [3]
A mulher como esposa é o sol da família pela clareza de seu olhar e pela chama de sua palavra; olhar e palavra que penetram docentemente na alma, dobram-na e a enternecem e a solevam fora do tumulto das paixões, e reclamam para o homem a alegria do bem e da conversação familiar (…) A esposa é o sol da família com sua cândida naturalidade, com sua digna simplicidade e com seu decoro honesto e cristão. [4]
A alma em contato com a mãe educadora começa a compreender o que é a bondade que não se cansa, o que é a graça, o favor, o amor que não se exaure, o que é aquela forma de afeto materno que faz com que a mãe nunca ache que é tedioso estar com o filho, nunca ache que é monótono estar com ele. Ter seu filho nos braços, brincar com ele, soltá-lo no chão, vê-lo correr de um lado para outro, ser importunada por ele incontáveis vezes durante o dia com perguntinhas, com brinquedinhos, para a boa mãe é a alegria da vida. [5] A maternidade é a vocação da mulher: era-o ontem, é-o hoje, sê-lo-à sempre. É vocação eterna e é também vocação contemporânea.  [6] 
Ser mãe é a vocação da mulher católica – e com isso queremos dizer que é o seu plano de salvação por excelência: pela maternidade a mulher se santificará, pois ser mãe é ter elevado o espírito de sacrifício – e como não se é mãe sem ser igualmente esposa e rainha do seu lar, eis completa toda a vocação da mulher no plano divino (estou excetuando, como parecerá óbvio, a vida perfeita, isto é, a consagração da mulher à Deus, onde escolhe o melhor dos esposos: Jesus Cristo).  Tendo esta enorme responsabilidade nas mãos – educar, instruir, catequizar e amar os filhos que pertencem a Deus – é com muita razão que a Igreja procura em tudo favorecer as condições espirituais e necessárias a esta vocação, e por isso durante todos estes séculos exortou as mulheres à grande dedicação.
A mulher como Rainha do Lar: “A casa é como o corpo sem vida. Sua alma é a mulher que a vivifica com a sua presença e a aquece com seu coração.”  [7] Nunca é demais insistir sobre o valor insubstituível da mulher no lar: ela, depois de ter dado à luz uma criança, é o constante ponto de referência para o crescimento humano e espiritual deste novo ser. O amor da mãe no lar é um dom precioso, tesouro que se conserva para sempre no coração. [8]

''Uma mulher virtuosa, quem pode encontrá-la? Superior ao das pérolas é o seu valor. '' 
( Provérbios 31, 10)


[1] Carta Apostólica Mulieris Dignitatem, João Paulo II, 1988
[2] A mulher. Tribuna da Franca, 02 de fevereiro de 1901, n. 24, ano I, p.1
[3, 6, 8] Beato João Paulo II
[4] Papa Pio XII 
[5]  Dr. Plínio Correa de Oliveira
[7]  Padre Geraldo Pires de Souza






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