terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

QUARESMA: A ESMOLA, A ORAÇÃO E O JEJUM.


Salve Maria! Aqui uma reflexão sobre o tempo litúrgico da Quaresma, pelo excelentíssimo reverendíssimo Dom Tomé Ferreira da Silva, Bispo Diocesano de São José do Rio Preto, SP. Oremos por nossos pastores e ofereçamos nossas penitências quaresmais por eles, para que saibam apresentar a verdade católica nos dias de hoje.
Pela salvação das almas e glória de Deus!



QUARESMA: A ESMOLA, A ORAÇÃO E O JEJUM.

A vida litúrgica da Igreja Católica Apostólica Romana tem dois grandes núcleos: a ressurreição e o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Os fiéis se aproximam da celebração litúrgica destes eventos da salvação com uma adequada preparação desenvolvida ao longo dos tempos denominados de quaresma e advento. As celebrações das duas solenidades são prolongadas através do tempo pascal e do tempo do natal.

A Quaresma, precedida pelo carnaval que originalmente era restrito a uma terça feira quando se despedia das festas na iminência de começar um retiro espiritual, é um tempo sóbrio e austero, marcado por três obras bem específicas: o jejum, a oração e a esmola, muito bem descritos no Evangelho de São Mateus, capítulo seis, versículos um a dezoito.


QUARTA-FEIRA DE CINZAS






“Memento, homo, quia pulvis es, et in púlverem revertéris” Gen. 3, 19.

O rito da bênção e da imposição das cinzas abre oficialmente a Quaresma, já começada à meia-noite. Os Padres dos primeiros séculos fazem freqüentes referências à penitência “in cinere et cilício” dos cristãos, aliás já em uso entre os hebreus e os pagãos. A verdadeira penitência pública e oficial foi introduzida na igreja nos séculos V e VI.
            “O período da penitência canônica começava na Quarta-feira de Cinzas e estendia-se até a Quinta-feira Santa. Em Roma, no século VII, os penitentes se apresentavam aos Sacerdotes a isso delegados, faziam sua confissão e, se era o caso, recebia uma veste de cilício, coberta de cinzas, ficando impedidos de entrar na igreja e com ordem de retirar-se a algum mosteiro onde pudessem cumprir a penitência da Quaresma” (Cardeal Schuster).
            Em outros lugares, os penitentes cumpriam na própria casa a penitência imposta. “Era, porém, uso geral começar a Quaresma com a Confissão, não só para purificar a alma, mas também para poder receber mais frequentemente a santa Comunhão no período sagrado” (Righetti).
            No século X, caindo em desuso a penitência pública, introduziu-se o costume de impor as cinzas também aos fiéis, uso que bem cedo se generalizou e foi aprovado por Urbano II.
            As cinzas se obtém queimando as palmas e oliveiras bentas no ano precedente no Domingo de ramos, são símbolo da morte e da caducidade das criaturas, (às quais o pecador se volta quando comete o pecado): elas mesmas admoestam-no a voltar a Deus com a penitência sacramental e a humildade. Aos fiéis que as recebem com devoção, o sacramental da imposição das Cinzas obtém a verdadeira compunção, o perdão dos pecados, a saúde da alma e do corpo, a vitória sobre os espíritos malignos e, sobretudo, a graça que santificará a Quaresma.


CICLO DA PÁSCOA

Salve Maria! Meditemos sobre o Tempo litúrgico que se aproxima, aproveitemos as graças que emanam do Coração de Deus para nossa salvação! Rumo à Páscoa do Senhor, com jejuns, boas obras e oração!



MISTÉRIO DA REDENÇÃO

Centro luminoso do ano litúrgico, o grande mistério pascal celebra o amor do Filho de Deus em remir os homens.
O nascimento, a vida oculta e pública do Salvador oferecem exemplos de santidade; a sua doutrina apresenta o caminho do céu. Jesus não é somente a causa exemplar, isto é, o modelo em que nos devemos amoldar. É também a causa meritória e eficaz de nossa salvação, isto é, o autor desta, porque a mereceu por nós com sua Paixão e Morte.
            O ciclo pascal compreende:
1ª) O Tempo da Quaresma, período de preparação, recordamos a criação, elevação e queda do homem; também o homem reparando o próprio pecado com o arrependimento e a penitência.

2ª) A Semana Santa ou Semana Maior, nos é apresentado o Salvador reparando, com sua Paixão e Morte, os pecados da humanidade.

3ª) A Celebração – festa e Oitava da Páscoa – lembra a vitória de Jesus nosso Senhor sobre o pecado e a morte. O Prolongamento – as cinco semanas da Páscoa, a Ascensão e a festa de Pentecostes – representa o triunfo final de Jesus e da humanidade, por ele redimida, confirmada pela vinda do Espírito Santo sobre a Igreja fundada por Cristo.


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Sua Santidade, o Papa Bento XVI, anuncia sua renúncia como Bispo de Roma, Papa da Igreja Católica.



Salve Maria! Com espírito contrito repetimos, como ideal de nosso blog, as palavras do Santo Padre... OREMOS!


O Papa Bento XVI anunciou nesta segunda-feira, 11, que vai renunciar à sua função como Papa no dia 28 de fevereiro. Veja abaixo o texto integral do anúncio em latim e sua tradução:

DECLARATIO

Fratres carissimi

Non solum propter tres canonizationes ad hoc Consistorium vos convocavi, sed etiam ut vobis decisionem magni momenti pro Ecclesiae vitae communicem. Conscientia mea iterum atque iterum coram Deo explorata ad cognitionem certam perveni vires meas ingravescente aetate non iam aptas esse ad munus Petrinum aeque administrandum.

Bene conscius sum hoc munus secundum suam essentiam spiritualem non solum agendo et loquendo exsequi debere, sed non minus patiendo et orando. Attamen in mundo nostri temporis rapidis mutationibus subiecto et quaestionibus magni ponderis pro vita fidei perturbato ad navem Sancti Petri gubernandam et ad annuntiandum Evangelium etiam vigor quidam corporis et animae necessarius est, qui ultimis mensibus in me modo tali minuitur, ut incapacitatem meam ad ministerium mihi commissum bene administrandum agnoscere debeam. Quapropter bene conscius ponderis huius actus plena libertate declaro me ministerio Episcopi Romae, Successoris Sancti Petri, mihi per manus Cardinalium die 19 aprilis MMV commissum renuntiare ita ut a die 28 februarii MMXIII, hora 29, sedes Romae, sedes Sancti Petri vacet et Conclave ad eligendum novum Summum Pontificem ab his quibus competit convocandum esse.

Fratres carissimi, ex toto corde gratias ago vobis pro omni amore et labore, quo mecum pondus ministerii mei portastis et veniam peto pro omnibus defectibus meis. Nunc autem Sanctam Dei Ecclesiam curae Summi eius Pastoris, Domini nostri Iesu Christi confidimus sanctamque eius Matrem Mariam imploramus, ut patribus Cardinalibus in eligendo novo Summo Pontifice materna sua bonitate assistat. Quod ad me attinet etiam in futuro vita orationi dedicata Sanctae Ecclesiae Dei toto ex corde servire velim.

Ex Aedibus Vaticanis, die 10 mensis februarii MMXIII

BENEDICTUS PP XVI







Em Português:



Caríssimos Irmãos,

"Convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus".

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.

Bento XVI














quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Catequese de Bento XVI: reflexão sobre o Credo - 06/02/2013

Salve Maria!
Sua Santidade o Papa Bento XVI continuou nesta quarta-feira, 6, as catequeses sobre a Profissão de Fé católica – o Credo. Ele abordou nesta seção, a temática da criação de Deus, a imagem do jardim do Éden, as figuras de Adão e Eva e a realidade do pecado original, citados no livro do Gênesis.
Ao citar o livro que trata da criação, o Gênesis, Bento XVI, interpreta, a partir da revelação bíblica, que o primeiro pensamento de Deus ao criar o mundo era encontrar um amor que respondesse ao seu amor. O segundo pensamento era criar um mundo material onde colocar este amor, estas criaturas que em liberdade lhe responderiam.


CATEQUESE

Sala Paulo VI - Vaticano
Quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013


Queridos irmãos e irmãs,

O Credo, que inicia qualificando Deus como “Pai Onipotente”, como meditamos na semana passada, acrescenta que Ele é o “Criador do céu e da terra”, e remete assim à afirmação com a qual inicia a Bíblia. No primeiro versículo da Sagrada Escritura, de fato, se lê: “No princípio, Deus criou o céu e a terra” (Gen 1,1): é Deus a origem de todas as coisas e na beleza da criação se desdobra a sua onipotência de Pai que ama. 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Mensagem de Bento XVI para a Quaresma 2013



Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma 2013



Crer na caridade suscita caridade 
"Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele"
(1 Jo 4, 16) 

Queridos irmãos e irmãs! 

A celebração da Quaresma, no contexto do Ano da fé, proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade: entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da ação do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros. 

1. A fé como resposta ao amor de Deus 

Na minha primeira Encíclica, deixei já alguns elementos que permitem individuar a estreita ligação entre estas duas virtudes teologais: a fé e a caridade. Partindo duma afirmação fundamental do apóstolo João: "Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele" (1 Jo 4, 16), recordava que, "no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. (...) Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um 'mandamento', mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro" (Deus caritas est, 1). A fé constitui aquela adesão pessoal - que engloba todas as nossas faculdades - à revelação do amor gratuito e "apaixonado" que Deus tem por nós e que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. O encontro com Deus Amor envolve não só o coração, mas também o intelecto: "O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d’Ele une intelecto, vontade e sentimento no ato globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente a caminho: o amor nunca está 'concluído' e completado" (ibid., 17). Daqui deriva, para todos os cristãos e em particular para os "agentes da caridade", a necessidade da fé, daquele "encontro com Deus em Cristo que suscite neles o amor e abra o seu íntimo ao outro, de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento por assim dizer imposto de fora, mas uma consequência resultante da sua fé que se torna operativa pelo amor" (ibid., 31). O cristão é uma pessoa conquistada pelo amor de Cristo e, movido por este amor - "caritas Christi urget nos" (2 Cor 5, 14) - , está aberto de modo profundo e concreto ao amor do próximo (cf. ibid., 33). Esta atitude nasce, antes de tudo, da consciência de ser amados, perdoados e mesmo servidos pelo Senhor, que Se inclina para lavar os pés dos Apóstolos e Se oferece a Si mesmo na cruz para atrair a humanidade ao amor de Deus.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Catequese de Bento XVI: reflexão sobre o Credo - 30/01/2013






CATEQUESE
Sala Paulo VI - Vaticano
Quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Queridos irmãos e irmãs,

Na catequese de quarta-feira passada, nos concentramos sobre as palavras iniciais do Credo: “Eu creio em Deus”. Mas a profissão de fé especifica esta afirmação: Deus é Pai onipotente, Criador do céu e da terra. Gostaria então de refletir agora convosco sobre a primeira e fundamental definição de Deus que o Credo nos apresenta: Ele é Pai. 

Não é sempre fácil hoje falar de paternidade. Sobretudo no mundo ocidental, as famílias desagregadas, os compromissos de trabalho sempre mais exigentes, as preocupações e frequentemente a dificuldade de enquadrar as contas familiares, a invasão dos meios de comunicação de massa na vida cotidiana são alguns dos muitos fatores que podem impedir uma relação serena e construtiva entre pais e filhos. A comunicação muitas vezes é difícil, a confiança é menor e a relação com a figura paterna pode se tornar problemática; e problemático se torna também imaginar Deus como um pai, não tendo modelos adequados de referência. Para quem teve a experiência de um pai demasiado autoritário e inflexível, ou indiferente e pouco afetuoso, ou até mesmo ausente, não é fácil pensar com serenidade em Deus como Pai e abandonar-se a Ele com confiança.