segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Mostre-me o que o que assinas, que eu te direi quem és!



Por Jonatan Rocha do Nascimento

O Santo Padre, o papa Bento XVI, tem nestes últimos dias insistido que se busque o conhecimento da fé católica por meios corretos e eficazes que propaguem a fé católica e o Evangelho de Nosso Senhor, através de uma responsável utilização da internet e das redes sociais:


A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objecto de consumo ou de fruição superficial, mas dom que requer uma resposta livre. Mesmo se proclamada no espaço virtual da rede, aquela sempre exige ser encarnada no mundo real e dirigida aos rostos concretos dos irmãos e irmãs com quem partilhamos a vida diária. Por isso permanecem fundamentais as relações humanas directas na transmissão da fé![1]


Assim, convida-se à evangelização virtual comprometida com a realidade humana, que não descura do trato humano. O que se torna um desafio, uma vez que a interação dos meios nem sempre é possível e, por vezes, uma exclui a outra.

De qualquer forma, há que se empenhar sempre na evangelização, dentro ou fora da grande rede, de modo responsável e, acima de tudo, dando testemunho do que se prega, especialmente aqueles que se propõem a fazê-lo sendo parte integrante do clero, como leigo consagrado, ou ainda, quem busca ter uma vida consagrada a Deus, um vocacionado.

Ocorre que, não raras vezes, nos vemos diante de situações que nos deixam, no mínimo encabulados.

Dada à impessoalidade das redes sociais, e de toda a internet em si, se “conhece” as pessoas através de seus perfis, estes que, por sua vez, indicam preferências, gostos, hobbies, etc. Forma-se, então, o rosto da pessoa a partir do qual cria-se um perfil particular nas mentes dos que se relacionam virtualmente com o usuário e, naturalmente, se tem uma expectativa acerca de suas publicações.

Assim, o que se pode esperar de um religioso além de mensagens bíblicas, reflexões edificantes ou inocentes mensagens de divertimento ou coisas do dia-a-dia? Estas são questões ordinárias que todos estão acostumados a ver e que, instintivamente, aguardamos.

Muitas vezes, porém, nos deparamos com comentários, publicações e fotografias que contradizem a busca de santidade da pessoa em questão que podem, além de escandalizar, provocar diversas consequências trágicas, inclusive, induzir o outro ao pecado. Assim, estes meios de evangelização tornam-se uma faca de dois gumes.

Isto porque, muitas vezes, podem-se esconder os pensamentos do mundo exterior, contudo, por “inocência” ou falta de técnica no manuseio de tais ferramentas a pessoa se expõe de tal modo que põe em risco todo o trabalho que diz promover, levando à descrença de muitos e, muitas vezes, à ridicularização da Igreja.

Para exemplificar isso bem claramente, basta que o leitor busque alguns de seus contatos no Facebook e observe na sua “Página inicial” a lista de “Assinaturas” deste ou “Curtir”. Pode ser que tenha uma grande decepção ou fique escandalizado com o que verá! Como costumamos dizer: “Mostre-me o que assinas, que eu te direi quem és”. Funciona mais ou menos assim. O método não costuma falhar.



Há que se pensar que certas pessoas exercem uma grande influência sobre outras e não percebem que qualquer de seus pareceres influenciará um sem número de seguidores. Assim, antes de nos propormos a fazer algo do tipo, devemos: 1) pedir a graça da conversão; 2) rogar que se alcance uma reta e pura intenção; 3) buscar a purificação do nosso olhar e pensamentos.

A questão central aqui é nada mais nada menos, que uma questão de conversão. A fim de que se possa testemunhar na realidade ou na internet uma vida à altura do Evangelho de Nosso Senhor.

Temos, portanto, que vigiar e orar, para não cairmos em tentação, seja das más e/ou desenfreadas inclinações, seja para que saibamos dar o exemplo esperado daquele que se propõe ao anúncio das coisas santas e é chamado filho de Deus, isto não só no mundo virtual, mas sobremaneiramente, no século, no mundo das realidades, onde nossas atitudes equivocadas não podem ser facilmente bloqueadas ou apagadas.












[1] MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O 46º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

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