quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Toda bela sois, Maria, sem a mancha original!



NOVENA DA IMACULADA CONCEIÇÃO
DA SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA

(Principia a 29 de novembro)

Em nome do Pai e do Filho + e do Espírito Santo. Amém. 

I) Ó mística rosa de pureza, Maria Santíssima, nós nos alegramos convosco por terdes, na vossa Imaculada Conceição, triunfado gloriosamente da infernal serpente, sendo concebida sem a mancha do pecado original.
            Agradecemos e louvamos à Santíssima Trindade que vos concedeu tal privilégio, e vos suplicamos nos alcanceis forças para vencer todas as ciladas do demônio, e nunca manchar a nossa alma com o pecado.
            Ave Maria...
V. Ó Maria, concebida sem pecado.
R. Rogai por nós que recorremos a vós.

II) Ó espelho limpidíssimo de pureza, Maria Santíssima, nós nos alegramos sumamente ao considerar as sublimes virtudes e os dons magníficos que o Espírito Santo infundiu à vossa alma, desde o primeiro momento da vossa Imaculada Conceição.
            Agradecemos e louvamos à Santíssima Trindade que vos cumulou destes privilégios, e vos suplicamos, ó Mãe benigníssima, que, obtendo-nos a prática das virtudes, nos torneis dignos de receber os dons e as graças do Espírito Santo.
            Ave Maria...
V. Ó Maria, concebida sem pecado.
R. Rogai por nós que recorremos a vós.

III) Ó estrela lucidíssima de pureza, Maria Santíssima, nós nos alegramos convosco pelo gozo inefável que tiveram todos os anjos do paraíso com a vossa Imaculada Conceição.
            Louvamos e agradecemos à Santíssima Trindade que vos enriqueceu de tamanho privilégio. Fazei, ó Mãe Santíssima, que também nós um dia possamos tomar parte naquela alegria, e juntamente com os anjos louvar-vos e bendizer-vos por toda a eternidade.
            Ave Maria...
V. Ó Maria, concebida sem pecado.
R. Rogai por nós que recorremos a vós.


V. Toda sois formosa, ó Maria.
R. E mácula original não há em vós.

V. Vós sois a glória de Jerusalém.
R. Vós, a alegria de Israel.

V. Vós, a honra do povo.
R. Vos, advogada dos pecadores.

V. Ó Maria.
R. Ó Maria.

V. Virgem prudentíssima.
R. Mãe clementíssima.

V. Rogai por nós.
R. Intercedei por nós a Nosso Senhor Jesus Cristo.

V. Vós fostes, ó Virgem, imaculada em vossa Conceição.
R. Rogai por nós ao Pai, cujo Filho destes à luz.

Oremos
Ó Deus, que pela Imaculada Conceição da Virgem Maria preparastes a vosso Filho digna morada: nós vos rogamos que, pois a preservastes de toda a mancha, pela previsão da morte de seu mesmo Filho, nos concedais por sua intercessão que também puros até vós cheguemos. Pelo mesmo Cristo, Senhor nosso. Amém. 

Catequese do Papa - Como falar de Deus no mundo hoje - 28/11/2012


CATEQUESE – Como falar de Deus no mundo de hoje

Sala Paulo VI
Quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Caros irmãos e irmãs,


            A pergunta central que hoje nos fazemos é a seguinte: como falar de Deus no nosso tempo? Como comunicar o Evangelho, para abrir estradas na sua verdade salvífica nos corações sempre fechado dos nossos contemporâneos e na mente deles tantas vezes distraídas por tantos estímulos da sociedade? O próprio Jesus, dizem-nos os Evangelistas, no anunciar do Reino de Deus se perguntou sobre isto: “A que podemos comparar o reino de Deus e com que parábola podemos descrevê-lo?” (Mc 4,30). Como falar de Deus hoje? A primeira resposta é que nós podemos falar de Deus, porque Ele falou conosco. A primeira condição para falar de Deus é também a escuta de quanto disse o próprio Deus. Deus falou conosco! Deus não é uma hipótese distante sobre a origem do mundo; não é uma inteligência matemática muito distante de nós. Deus se interessa por nós, nos ama, entrou pessoalmente na realidade da nossa história, se auto-comunicou até encarnar-se. Então, Deus é uma realidade da nossa vida, é tão grande que tem também tempo para nós, ocupa-se de nós. Em Jesus de Nazaré nós encontramos a face de Deus, que desceu do seu Céu para imergir-se no mundo dos homens, no nosso mundo, e ensinar a “arte de viver”, o caminho da felicidade; para libertar-nos do pecado e tornar-nos filhos de Deus (cfr Ef 1,5; Rm 8,14). Jesus veio para salvar-nos e mostrar nos a vida boa do Evangelho.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

São Lúcifer, rogai por nós!



Por Jonatan Rocha do Nascimento

Hoje em dia tem-se uma aversão muito grande ao nome LÚCIFER, pois logo o associamos ao Demônio, Capeta, Satanás, etc., de uma maneira não muito acertada, vez que não há um embasamento para isto.


A palavra lucifer vem do latim lucem ferre e significa “portador da luz” e, biblicamente, refere-se a “estrela da manhã”, a “estrela d’alva”, “aurora”, etc. Senão vejamos: “Et quasi meridianus fulgor consurget tibi ad vesperam, et, cum te caligine tectum putaveris, orieris ut lucifer”, que na tradução quer dizer “o futuro te será mais brilhante do que o meio-dia, as trevas se mudarão em aurora”, que se pode encontrar no versículo 17 do capítulo 11 do Livro de Jó.

A palavra lucifer se repete ainda outras vezes:

Tecum principatus in die virtutis tuae, in splendoribus sanctis, ex utero ante luciferum genui te. (Liber Psalmorum 110,3)Bíblia  Neo Vulgata

No dia de teu nascimento, já possuis a realeza no esplendor da santidade; semelhante ao orvalho, eu te gerei antes da aurora. (Salmo 109, 3) Bíblia Ave Maria

***
Quomodo cecidisti de caelo, lucifer, fili aurorae? Deiectus es in terram, qui deiciebas gentes, (Liber Isaiae 14,  12) Bíblia  Neo Vulgata.

Então! Caíste dos céus, astro brilhante, filho da aurora! Então! Foste abatido por terra, tu que prostravas as nações! (Isaías 14, 12) Fazendo menção ao Rei da Babilônia que haveria de ser derrotado.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Catequese de Bento XVI – Racionalidade da fé em Deus – 21/11/2012


CATEQUESE – RACIONALIDADE DA FÉ EM DEUS
Sala Paulo
VI
Quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Queridos irmãos e irmãs,

Avançamos neste Ano da Fé, trazendo em nosso coração a esperança de redescobrir quanta alegria tem no crer e de reencontrar o entusiasmo de comunicar a todos a verdade da fé. Estas verdades não são uma simples mensagem sobre Deus, uma particular informação sobre Ele. Expressam, ao invés disso, o evento do encontro de Deus com os homens, encontro salvífico e libertador, que realiza as aspirações mais profundas do homem, e seus desejos de paz, de fraternidade, de amor. A fé leva a descobrir que o encontro com Deus valoriza, aperfeiçoa e eleva quanto de verdade, de bom e de belo tem no homem. Acontece que, enquanto Deus se revela e se deixa conhecer, o homem vem a saber quem é Deus e, conhecendo-O, descobre a si mesmo, a própria origem, o próprio destino, a grandeza e a dignidade da vida humana.

A fé permite um saber autêntico sobre Deus que envolve toda a pessoa humana: é um “saber”, isto é, um conhecer que doa sabor à vida, um gosto novo de existir, um modo alegre de estar no mundo. A fé se exprime no doar a si mesmo para os outros, na fraternidade que faz solidariedade, capaz de amar, vencendo a solidão que deixa triste. Este conhecimento de Deus através da fé não é por isso somente intelectual, mas vital. É o conhecimento de Deus-Amor, graças ao seu próprio amor. O amor de Deus, então, faz ver, abre os olhos, permite conhecer toda a realidade, além das perspectivas estreitas do individualismo e do subjetivismo que desorientam a consciência. O conhecimento de Deus é, portanto, experiência de fé e implica, ao mesmo tempo, um caminho intelectual e moral: tocados profundamente pela presença do Espírito Santo de Jesus em nós, superamos os horizontes dos nossos egoísmos e nos abrimos aos verdadeiros valores da existência.

Hoje nesta catequese gostaria de me concentrar sobre a racionalidade da fé em Deus. A tradição católica desde o início rejeitou o assim chamado fideísmo, que é a vontade de crer contra a razão. Creio quia absurdum (creio porque é absurdo) não é fórmula que interpreta a fé católica. Deus, na verdade, não é absurdo, mas sim é mistério. O mistério, por sua vez, não é irracional, mas uma superabundância de sentido, de significado, de verdade. Se, olhando para o mistério, a razão vê escuridão, não é porque no mistério não tenha a luz, mas porque existe muita (luz). Assim como quando os olhos do homem se dirigem diretamente ao sol para olhá-lo, veem somente trevas; mas quem diria que o sol não é luminoso, antes a fonte da luz? A fé permite olhar o “sol”, Deus, porque é acolhida da sua revelação na história e, por assim dizer, recebe verdadeiramente toda a luminosidade do mistério de Deus, reconhecendo o grande milagre: Deus se aproximou do homem, ofereceu-se ao seu conhecimento, consentindo ao limite criador da sua razão (cfr Conc. Ec. Vat. II, Cost. Dogm. Dei Verbum, 13). Ao mesmo tempo, Deus, com a sua graça, ilumina a razão, abre-lhe horizontes novos, imensuráveis e infinitos. Por isto, a fé constitui um estímulo a buscar sempre, a não parar nunca e nunca aquietar-se na descoberta inesgotável da verdade e da realidade.  É falso o pré-juízo de certos pensadores modernos, segundo os quais a razão humana seria como que bloqueada pelos dogmas da fé. É verdade exatamente o contrário, como os grandes mestres da tradição católica demonstraram. Santo Agostinho, antes de sua conversão, busca com tanta inquietação a verdade, através de todas aas filosofias disponíveis, encontrando todas insatisfatórias. A sua cansativa investigação racional é para ele uma significativa pedagogia para o encontro com a Verdade de Cristo. Quando diz: “compreendas para crer e creias para compreender” (Discurso 43, 9:PL 38, 258), é como se contasse a própria experiência de vida. Intelecto e fé, antes da divina Revelação, não são estranhas ou antagonistas, mas são ambas duas condições para compreender o sentido, para transpor a autêntica mensagem, se aproximando-se do limite do mistério. Santo Agostinho, junto a tantos outros autores cristãos, é testemunha de uma fé que se exercita com a razão, que pensa e convida a pensar. Neste sentido, Santo Anselmo dirá em seu Proslogion que a fé católica é fides quaerens intellectum, onde o buscar a inteligência é ato interior ao crer. Será sobretudo São Tomás de Aquino – forte nesta tradição – a confrontar-se com a razão dos filósofos, mostrando quanta nova fecunda vitalidade racional vem ao pensamento humano do acoplamento dos princípios e da verdade da fé cristã.

A fé católica é, portanto, racional e nutre confiança também na razão humana. O Concílio Vaticano I, na Constituição dogmática Dei Filius, afirmou que a razão é capaz de conhecer com certeza a existência de Deus através da via da criação, enquanto somente à fé pertence a possibilidade de conhecer “facilmente, com absoluta certeza e sem erro” (DS 3005) as verdades sobre Deus, à luz da graça. O conhecimento da fé, também, não é contra a razão direta. O Beato Papa João Paulo II, de fato, na Encíclica Fides et ratio, sintetiza assim: “A razão do homem não se anula nem se degrada dando assentimento aos conteúdos de fé; estes são em cada caso alcançados com escolhas livres e conscientes” (n. 43). No irresistível desejo de verdade, só um harmonioso relacionamento entre fé e razão é a estrada certa que conduz a Deus e à plena realização de si.
  
Esta doutrina é facilmente reconhecida em todo o Novo Testamento. São Paulo, escrevendo aos cristãos de Corinto, argumenta, como ouvimos: “Enquanto os Judeus pedem sinais e os Gregos procuram sabedoria, nós, em vez disso, anunciamos Cristo crucificado: escândalos para os Judeus e loucura para os pagãos” (1 Cor 1,22-23). Deus, de fato, salvou o mundo não com um ato de poder, mas mediante a humilhação de seu Filho unigênito: segundo os parâmetros humanos, o modo inusitado implementado por Deus confronta com as exigências da sabedoria grega. E ainda, a Cruz de Cristo tem sua própria razão, que São Paulo chama: ho lògos tou staurou, “a palavra da cruz” (1 Cor 1, 18). Aqui, o termo lògos indica tanto a palavra quanto a razão e, se alude à palavra, é porque exprime verbalmente isso que a razão elabora. Portanto, Paulo vê na Cruz não um acontecimento irracional, mas um fato salvífico que possui uma racionalidade própria reconhecida à luz da fé. Ao mesmo tempo, ele tem tanta confiança na razão humana, ao ponto de admirar-se com o fato de que muitos, ao ver a beleza das obras realizadas por Deus, persistem em não acreditar Nele. Diz na Carta aos Romanos:“De fato as...perfeições invisíveis [de Deus], ou seja, o seu eterno poder e divindade, vem contemplados e incluidos na criação do mundo através das suas obras” (1, 20). Assim, também São Pedro exorta os cristãos da diáspora a adorar  “o Senhor, Cristo, nos vossos corações, prontos sempre a responder a qualquer um que vos pedir a razão da esperança que está em vós” (1 Ped 3, 15). Em um clima de perseguição e de forte exigência de testemunhar a fé, aos cristãos é pedido justificar com motivações fundadas  a sua adesão à palavra do Evangelho; de dar as razões da nossa esperança.

Sobre essas premissas acerca da ligação fecunda entre compreender e crer, funda-se também o relacionamento virtuoso entre a ciência e a fé. A pesquisa científica leva ao conhecimento da verdade sempre novas sobre o homem e sobre o cosmos, o vejamos. O verdadeiro bem da humanidade, acessível na fé, abre o horizonte no qual se deve mover o seu caminho de descoberta. Deve, portanto, ser encorajada, por exemplo, as pesquisas colocadas à serviço da vida e que visam erradicar as doenças. Importantes são também as investigações para descobrir os segredos do nosso planeta e do universo, na consciência de que o homem está no vertical da criação não para explorá-la sem sentido, mas para protegê-la e torná-la habitável. Assim, a fé, vivida realmente, não entra em conflito com a ciência, mas coopera com essa, oferecendo critérios basilares para que promova o bem de todos, pedindo-lhe para renunciar somente àquelas tentativas que – opondo-se ao projeto originário de Deus – possam produzir efeitos que se voltam contra o próprio homem. Também por isso é racional crer: se a ciência é uma preciosa aliada da fé para a compreensão do desígnio de Deus no universo, a fé permite ao progresso científico realizar-se sempre para o bem e para a verdade do homem, permanecendo fiel a este mesmo desígnio.

Por isso é decisivo para o homem abrir-se à fé e conhecer Deus e o seu projeto de salvação em Jesus Cristo. No Evangelho vem inaugurado um novo humanismo, uma autêntica “gramática” do homem e de toda a realidade. Afirma o Catecismo da Igreja Católica: “A verdade de Deus é a sua sabedoria que rege a ordem da criação e do governo do mundo. Deus que, sozinho, ‘fez o céu e a terra’ (Sal 115,15), pode doar, Ele só, o verdadeiro conhecimento de cada coisa criada na relação com ele” (n. 216).

Confiemos, então, que o nosso empenho na evangelização ajude a dar nova centralidade ao Evangelho na vida de tantos homens e mulheres do nosso tempo. E rezemos para que todos redescubram em Cristo o sentido da existência e o fundamento da verdadeira liberdade: sem Deus, de fato, o homem perde a si mesmo. Os testemunhos de quantos nos antecederam e dedicaram a sua vida ao Evangelho o confirmam para sempre. É racional crer, está em jogo a nossa existência. Vale a pena se gastar por Cristo, somente Ele satisfaz os desejos de verdade e de bem enraizados na alma de cada homem: ora, no tempo que passa, e no dia sem fim da Eternidade bem aventurada

Benedictus PP XVI 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Mostre-me o que o que assinas, que eu te direi quem és!



Por Jonatan Rocha do Nascimento

O Santo Padre, o papa Bento XVI, tem nestes últimos dias insistido que se busque o conhecimento da fé católica por meios corretos e eficazes que propaguem a fé católica e o Evangelho de Nosso Senhor, através de uma responsável utilização da internet e das redes sociais:


A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objecto de consumo ou de fruição superficial, mas dom que requer uma resposta livre. Mesmo se proclamada no espaço virtual da rede, aquela sempre exige ser encarnada no mundo real e dirigida aos rostos concretos dos irmãos e irmãs com quem partilhamos a vida diária. Por isso permanecem fundamentais as relações humanas directas na transmissão da fé![1]


Assim, convida-se à evangelização virtual comprometida com a realidade humana, que não descura do trato humano. O que se torna um desafio, uma vez que a interação dos meios nem sempre é possível e, por vezes, uma exclui a outra.

De qualquer forma, há que se empenhar sempre na evangelização, dentro ou fora da grande rede, de modo responsável e, acima de tudo, dando testemunho do que se prega, especialmente aqueles que se propõem a fazê-lo sendo parte integrante do clero, como leigo consagrado, ou ainda, quem busca ter uma vida consagrada a Deus, um vocacionado.

Ocorre que, não raras vezes, nos vemos diante de situações que nos deixam, no mínimo encabulados.

Dada à impessoalidade das redes sociais, e de toda a internet em si, se “conhece” as pessoas através de seus perfis, estes que, por sua vez, indicam preferências, gostos, hobbies, etc. Forma-se, então, o rosto da pessoa a partir do qual cria-se um perfil particular nas mentes dos que se relacionam virtualmente com o usuário e, naturalmente, se tem uma expectativa acerca de suas publicações.

Assim, o que se pode esperar de um religioso além de mensagens bíblicas, reflexões edificantes ou inocentes mensagens de divertimento ou coisas do dia-a-dia? Estas são questões ordinárias que todos estão acostumados a ver e que, instintivamente, aguardamos.

Muitas vezes, porém, nos deparamos com comentários, publicações e fotografias que contradizem a busca de santidade da pessoa em questão que podem, além de escandalizar, provocar diversas consequências trágicas, inclusive, induzir o outro ao pecado. Assim, estes meios de evangelização tornam-se uma faca de dois gumes.

Isto porque, muitas vezes, podem-se esconder os pensamentos do mundo exterior, contudo, por “inocência” ou falta de técnica no manuseio de tais ferramentas a pessoa se expõe de tal modo que põe em risco todo o trabalho que diz promover, levando à descrença de muitos e, muitas vezes, à ridicularização da Igreja.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Mensagem do Papa para a JMJ Rio2013 - 16/11/12










MENSAGEM

Para a XXVIII Jornada Mundial da Juventude

no Rio de Janeiro, em julho de 2013.



16 de novembro de 2012

"Ide e fazei discípulos entre as nações!" (cf. Mt 28,19)

Queridos jovens,

Desejo fazer chegar a todos vós minha saudação cheia de alegria e afeto. Tenho a certeza que muitos de vós regressastes a casa da Jornada Mundial da Juventude em Madri mais «enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé» (cf. Col 2,7). Este ano, inspirados pelo tema: «Alegrai-vos sempre no Senhor» (Fil 4,4) celebramos a alegria de ser cristãos nas várias Dioceses. E agora estamo-nos preparando para a próxima Jornada Mundial, que será celebrada no Rio de Janeiro, Brasil, em julho de 2013.
 
Desejo, em primeiro lugar, renovar a vós o convite para participardes nesse importante evento. A conhecida estátua do Cristo Redentor, que se eleva sobre àquela bela cidade brasileira, será o símbolo eloquente deste convite: seus braços abertos são o sinal da acolhida que o Senhor reservará a todos quantos vierem até Ele, e o seu coração retrata o imenso amor que Ele tem por cada um e cada uma de vós. Deixai-vos atrair por Ele! Vivei essa experiência de encontro com Cristo, junto com tantos outros jovens que se reunirão no Rio para o próximo encontro mundial! Deixai-vos amar por Ele e sereis as testemunhas de que o mundo precisa.

Convido a vos preparardes para a Jornada Mundial do Rio de Janeiro, meditando desde já sobre o tema do encontro: "Ide e fazei discípulos entre as nações" (cf. Mt 28,19). Trata-se da grande exortação missionária que Cristo deixou para toda a Igreja e que permanece atual ainda hoje, dois mil anos depois. Agora este mandato deve ressoar fortemente em vosso coração. O ano de preparação para o encontro do Rio coincide com o Ano da fé, no início do qual o Sínodo dos Bispos dedicou os seus trabalhos à «nova evangelização para a transmissão da fé cristã». Por isso me alegro que também vós, queridos jovens, sejais envolvidos neste impulso missionário de toda a Igreja: fazer conhecer Cristo é o dom mais precioso que podeis fazer aos outros.


1. Uma chamada urgente

A história mostra-nos muitos jovens que, através do dom generoso de si mesmos, contribuíram grandemente para o Reino de Deus e para o desenvolvimento deste mundo, anunciando o Evangelho. Com grande entusiasmo, levaram a Boa Nova do Amor de Deus manifestado em Cristo, com meios e possibilidades muito inferiores àqueles de que dispomos hoje em dia. Penso, por exemplo, no Beato José de Anchieta, jovem jesuíta espanhol do século XVI, que partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de vinte anos e se tornou um grande apóstolo do Novo Mundo. Mas penso também em tantos de vós que se dedicam generosamente à missão da Igreja: disto mesmo tive um testemunho surpreendente na Jornada Mundial de Madri, em particular na reunião com os voluntários.

Hoje, não poucos jovens duvidam profundamente que a vida seja um bem, e não veem com clareza o próprio caminho. De um modo geral, diante das dificuldades do mundo contemporâneo, muitos se perguntam: E eu, que posso fazer? A luz da fé ilumina esta escuridão, nos fazendo compreender que toda existência tem um valor inestimável, porque é fruto do amor de Deus. Ele ama mesmo quem se distanciou ou esqueceu d’Ele: tem paciência e espera; mais que isso, deu o seu Filho, morto e ressuscitado, para nos libertar radicalmente do mal. E Cristo enviou os seus discípulos para levar a todos os povos este alegre anúncio de salvação e de vida nova.

A Igreja, para continuar esta missão de evangelização, conta também convosco. Queridos jovens, vós sois os primeiros missionários no meio dos jovens da vossa idade! No final do Concílio Ecumênico Vaticano II, cujo cinquentenário celebramos neste ano, o Servo de Deus Paulo VI entregou aos jovens e às jovens do mundo inteiro uma Mensagem que começava com estas palavras: «É a vós, rapazes e moças de todo o mundo, que o Concílio quer dirigir a sua última mensagem, pois sereis vós a recolher o facho das mãos dos vossos antepassados e a viver no mundo no momento das mais gigantescas transformações da sua história, sois vós quem, recolhendo o melhor do exemplo e do ensinamento dos vossos pais e mestres, ides constituir a sociedade de amanhã: salvar-vos-eis ou perecereis com ela». E concluía com um apelo: «Construí com entusiasmo um mundo melhor que o dos vossos antepassados!» (Mensagem aos jovens, 8 de dezembro de 1965).
 
Queridos amigos, este convite é extremamente atual. Estamos passando por um período histórico muito particular: o progresso técnico nos deu oportunidades inéditas de interação entre os homens e entre os povos, mas a globalização destas relações só será positiva e fará crescer o mundo em humanidade se estiver fundada não sobre o materialismo mas sobre o amor, a única realidade capaz de encher o coração de cada um e unir as pessoas. Deus é amor. O homem que esquece Deus fica sem esperança e se torna incapaz de amar seu semelhante. Por isso é urgente testemunhar a presença de Deus para que todos possam experimentá-la: está em jogo a salvação da humanidade, a salvação de cada um de nós. Qualquer pessoa que entenda essa necessidade, não poderá deixar de exclamar com São Paulo: «Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho» (1 Cor 9,16).