segunda-feira, 19 de março de 2012

OS BENEFÍCIOS DA REDENÇÃO, A PAIXÃO DE JESUS e O SACRIFÍCIO DA CRUZ - Meditação quaresmal

                      OS BENEFÍCIOS DA REDENÇÃO

O homem foi criado num estado feliz com o altíssimo destino de ver e gozar a Deus, com o dom da graça santificante e com outros dons superiores à natureza humana. Esses dons são: a isenção da ignorância (ciência infusa), a isenção das fraquezas (integridade), a isenção das dores e das enfermidades (impassibilidade) e a isenção da necessidade de morrer (imortalidade).
          Todos estes dons foram concedidos a uma prova. Adão e Eva, provando o fruto proibido, cometeram um grave pecado de soberba e desobediência; despojaram-se a si mesmos e a todos os homens da graça e dos outros dons sobrenaturais, sujeitando-os ao pecado, ao demônio, à morte, à ignorância, às más inclinações e a todas as outras misérias e excluindo-os do paraíso.
     A obra da Encarnação e da Redenção, realizada somente por amor por Jesus Cristo e (secundariamente) por Maria SS., reergueu o homem do pecado e recolocou, de certo modo, num estado melhor do que o anterior à queda. De fato, tornou o homem filho de Deus, irmão de Jesus Cristo e herdeiro do paraíso e restituiu-lhe a graça santificante, com o cortejo das virtudes infusas e dos dons do Espírito Santo e das graças atuais. Mas a Redenção não restitui logo ao homem os dons preternaturais: a ciência e a integridade, que ele pode conseguir de modo progressivo, a impassibilidade e a imortalidade, reservadas à vida eterna.
           Nas enfermidades, nas provações e na luta contra a concupiscência temos muitas ocasiões para imitar os exemplos de Jesus, adquirir as virtudes e aumentar os méritos para o paraíso.





A PAIXÃO DE JESUS
        Jesus Cristo, padecendo e sacrificando-se voluntariamente e somente por amor, sobre a Cruz, cancelou o pecado (a causa principal da Paixão), reconciliou-nos com Deus, dando-lhe plena satisfação e reabriu-nos o Paraíso.           
       Jesus tinha uma constituição sensibilíssima e sofreu em sumo grau todo gênero de tormentos, Sofreu na alma (tristeza, tédio, desolação, abandono e traição), na honra e na fama (blasfêmias, desprezo e condenação) e em todos os membros do corpo (coroação de espinhos, flagelação e crucifixão).
        Ele morreu como homem, porque como Deus não podia padecer nem morrer. Sofrendo e morrendo na cruz, Jesus deu a Deus uma satisfação real, voluntária, superabundante e universal.





O SACRIFÍCIO DA CRUZ
            O sacrifício, ato essencial de toda religião, é a oferta de uma coisa sensível, que é destruída pelo legítimo ministro, em nome do povo, para se professar que Deus é o criador e senhor supremo de todas as coisas.
            Na Nova Lei o sacrifício único e universal que substituiu todos os outros, é o Sacrifício da Cruz, no qual Jesus, como homem e como Sacerdote e vítima, derramou todo seu sangue para dar a Deus uma adoração perfeita, um agradecimento sem igual, uma expiação infinita e uma súplica onipotente. A Santa Missa é a renovação real, mas incruenta, do Sacrifício da Cruz.
            A vida cristã inteira desenvolve-se em redor do sacrifício da Missa e “com suas penas, suas austeridades e seus sacrifícios outra coisa não é que a integração e o desenvolvimento do único drama do Gólgota, a realização da imolação de Jesus Cristo, o qual centraliza em si, santifica, consagra e dá valor a todos os nossos sacrifícios” (Cardeal Schuster).

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